MP da Paraíba investiga supostas irregularidades na contratação de professores em Marizópolis

 


Inquérito apura ausência de formação legal de docentes e possíveis fraudes em registros escolares eletrônicos

DA REDAÇÃO – O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Sousa, instaurou o Inquérito Civil nº 046.2025.001080 para investigar possíveis irregularidades na atuação de professores da rede municipal de Marizópolis, no Sertão paraibano. A apuração, conduzida pelo promotor Thomaz Ilton Ferreira dos Santos, teve início após denúncia que aponta a presença de docentes sem a formação exigida por lei, além de indícios de fraudes em registros escolares eletrônicos.

De acordo com o MPPB, estão sendo investigados três pontos principais:

  • A contratação de professores sem diploma de licenciatura plena, requisito legal para atuar na educação básica;
  • A atuação de servidores efetivos sem habilitação legal para o magistério;
  • A possível adulteração ou fraude em diários escolares eletrônicos da rede municipal.

Segundo o Ministério Público, essas práticas, caso confirmadas, configuram violações à Constituição Federal, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e aos princípios da administração pública, como legalidade e moralidade.

Como parte da investigação, o promotor determinou o envio de ofício à Secretaria de Educação de Marizópolis, requisitando, no prazo de 20 dias, cópias dos diplomas de formação superior e contratos temporários de 13 servidores mencionados na portaria que instaurou o inquérito. A Prefeitura também deverá se manifestar, em até 15 dias, sobre a existência de professores sem a devida qualificação legal e de servidores efetivos atuando fora das funções para as quais foram aprovados em concurso. Além disso, a gestão municipal precisará responder às denúncias sobre possíveis fraudes nos registros escolares.

Implicações legais

Caso as irregularidades sejam confirmadas, os envolvidos — tanto gestores quanto professores — poderão ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa, conforme a Lei nº 8.429/1992. As sanções previstas incluem:

  • Ressarcimento por dano ao erário;
  • Suspensão dos direitos políticos;
  • Perda da função pública;
  • Proibição de contratar com o poder público.

O município também poderá ser obrigado a regularizar o quadro docente, anulando contratos irregulares e afastando servidores sem habilitação legal.

O procedimento está em fase inicial e, segundo o MPPB, outras medidas poderão ser adotadas após análise da documentação requisitada e possível oitiva de testemunhas.

PBAlerta

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