DA REDAÇÃO – No episódio desta segunda-feira (17) do podcast Polícia em Pauta, o Sargento Neto (PL) respondeu de forma contundente às declarações do governador João Azevêdo (PSB), feitas durante seu programa radiofônico semanal na Rádio Tabajara, sobre a valorização salarial das forças de segurança pública na Paraíba. O governador tentou minimizar a insatisfação das polícias militares e civis, apontando que os salários da categoria estariam em patamares elevados, o que gerou um embate direto com o representante dos policiais.
Governador Minimiza Protestos e Apresenta Números Contestados
Em sua fala, João Azevêdo buscou reduzir o impacto das manifestações dos profissionais de segurança, destacando que, para alcançar os salários mencionados por ele, um policial precisaria realizar uma carga extrema de 17 plantões de 24 horas por mês, o que, segundo o governador, pareceria "um absurdo" e uma realidade distante para a maioria dos trabalhadores da segurança pública. Ele também afirmou que a faixa salarial de policiais penais variava de R$ 5.000 a R$ 19.793, sendo a média salarial da categoria entre R$ 10.000 e R$ 15.000.
Sargento Neto Rebate: "Dados Irreais e Realidade Distante"
Em resposta, o Sargento Neto criticou fortemente os números apresentados pelo governador, classificando-os como "irreais" e distantes da realidade vivida pelos policiais militares e civis. Em seu comentário no podcast, Neto questionou a veracidade das afirmações de Azevêdo, destacando que, para um policial alcançar o valor de R$ 5.000 citado pelo governador, ele precisaria trabalhar em condições extenuantes, com plantões excessivos e jornadas de trabalho insustentáveis.
"A verdade é que, para alcançar o salário que ele divulgou, um policial precisaria fazer 17 plantões de 24 horas por mês — um absurdo! Seguimos na luta por dignidade, valorização e respeito à categoria", disse o Sargento Neto, ressaltando que a realidade da Polícia Militar da Paraíba está longe dos números apresentados.
A Descompensação entre os Dados e a Realidade
O confronto de informações também se estendeu ao salário dos policiais penais, mencionado por João Azevêdo. O governador alegou que a maioria dos policiais penais ganharia entre R$ 10.000 e R$ 15.000, mas o Sargento Neto questionou a discrepância entre essa média e o que é vivido por muitos desses profissionais no dia a dia.
Além disso, a disparidade salarial entre as categorias também foi um ponto de crítica. Enquanto o governador afirmou que os delegados de polícia ganham entre R$ 20.000 a R$ 40.000, com a média salarial ficando em torno de R$ 28.840, o Sargento Neto destacou que a maioria dos soldados da Polícia Militar recebe salários base que mal chegam a R$ 5.000.
"Enquanto delegados têm salários que chegam a R$ 40.000, soldados e policiais civis continuam a lutar por condições de trabalho dignas", criticou Neto, reforçando que a disparidade salarial entre as categorias é uma das principais causas da insatisfação da segurança pública.
Mobilização e Protestos: A Luta por Valorização Continua
A tensão entre o governo estadual e as forças de segurança pública se intensificou nas últimas semanas, com protestos e mobilizações de policiais em busca de melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial. Na última sexta-feira (14), policiais realizaram um protesto em frente à Granja Santana, sede do governo estadual, para reivindicar mais respeito e reconhecimento por parte do governador.
Durante o podcast, o Sargento Neto não poupou críticas à fala de João Azevêdo, dizendo que foi "infeliz" ao divulgar salários inexistentes para a maioria dos profissionais da segurança pública. Neto enfatizou que a luta por dignidade, melhores salários e condições de trabalho segue sendo uma prioridade para ele e para os líderes da categoria.
O Desafio da Valorização Profissional
A resposta do Sargento Neto ao governador Azevêdo reflete a crescente insatisfação nas forças de segurança da Paraíba, que exigem uma reavaliação das condições de trabalho e um tratamento mais justo por parte do governo estadual. A oposição e as lideranças da segurança pública continuam a desafiar os números apresentados pelo governador, buscando, por meio de protestos e reivindicações, assegurar que as necessidades da polícia sejam atendidas de forma justa e transparente.
A valorização dos policiais continua sendo uma das bandeiras principais da categoria, que enfrenta desafios diários para garantir a segurança da população, muitas vezes em condições precárias e com salários que, segundo os próprios profissionais, não condizem com a importância e os riscos do trabalho. O impasse entre o governo e as forças de segurança pública parece longe de ser resolvido, e a luta por melhores condições de trabalho continua a ser um tema central nas discussões políticas do estado da Paraíba.
Por Repórter Caveira
PBAlerta